Pintura Eletrostática

A pintura  eletrostática é um processo que utiliza o princípio da atração e repulsão de cargas elétricas para criar um acabamento uniforme e duradouro sobre metais e outros materiais, de forma a garantir uma flexibilidade na peça sem ofender a pintura.  Através da pistola eletrostática, a tinta  em pó recebe uma carga elétrica negativa aplicada por um eletrodo, cujo potencial pode atingir até 100.000 volts. Esta carga eletrostática é formada na região frontal à pistola, por onde é descarregado a tinta na peça a ser pintada.

  •  Histórico – As tintas em pó surgiram nos Estados Unidos no final da década de 1950. Eram produtos relativamente simples, constituídos por misturas seca de resina epóxi sólida, pigmentos (cargas) e endurecedores.
    Até então as tintas em pó não eram consideradas adequadas para efeitos decorativos, sendo utilizadas como isolantes elétricos ou revestimentos anticorrosivos, com espessuras acima de 200 micrometros.
    A aplicação por “revólver” eletrostático foi iniciada em 1962 pela Sames. O contínuo aperfeiçoamento deste “revólver” resultou nos equipamentos que atualmente conhecemos: leves, facilmente operáveis, podendo ser automatizados.
    Somente então a indústria aceitou a idéia da tinta em pó ser “economicamente viável”.
    Até meados da década de 70, os sistemas epóxi eram os predominantes e responsáveis por mais de 90% do total de tinta produzidos. Nesta época começaram a ser desenvolvidos outros sistemas de resinas, tais como:
  • Epóxi – Possuem excelentes propriedades, é anticorrosiva, ótima aderência e resistência química e mecânica. Os sistemas a base de resinas epóxi apresentavam calcinação e um amarelamento quando submetidos à ação da luz solar, características já conhecidas das tintas líquidas também a base de resinas epóxi.
  • Poliéster – A tinta em pó do tipo poliéster puro, constituída por resinas poliéster saturada combinada com um agente de reticulação adequado possuindo excelentes propriedades mecânicas e que apresentava como característica fundamental, um excelente comportamento sob a ação da luz solar, onde a calcinação e o amarelamento eram praticamente desprezíveis comparados aos outros sistemas a base de reinas epóxi e híbrida.
  • Híbrido (Epóxi / Poliéster) – Possuem excelentes propriedades mecânicas e ótima resistência química. Nos sistemas mistos constituídos por resinas de poliéster com combinação com resinas epoxídicas, os problemas encontrados na tinta epóxi eram bastante minimizados.
  • Poliuretano – Em 1970, surge na Alemanha as tintas a base de resinas acrílicas, que tiveram maior aceitação no Japão como revestimentos resistentes ao intemperismo, possuindo as mesmas características dos revestimentos em poliéster, mas com maior capacidade de atingir camadas inferiores a 40 micras, especialmente em cores escuras.
  • Tinta em pó metálica – Requer condições diferenciadas em relação à tinta de cor sólida, como a recomendação de aplicação de mão única, utilização do mesmo lote para pintar a peça toda, a fim de evitar variação de tonalidade e a aplicação em grandes objetos deve ser feita mecanicamente para manter o padrão de cor.

Simultaneamente foram iniciados desenvolvimentos objetivando aplicações e usos específicos que demandaram tecnologias também específicas tais como: revestimentos em pó para oleodutos, revestimentos do tipo sanitários para aplicação em interiores de tambores destinados ao acondicionamento de sucos cítricos.
Na década de 80 as tintas Poliuretanas se estabelecem fortemente no mercado Norte Americano e Japonês, sendo menos utilizado na Europa, também como revestimento para uso externo. A partir de então, os resultados foram surpreendendo, chegando aos produtos atuais, considerados altamente competitivos e de excepcional qualidade.

O diferencial da pintura eletrostática se encontra na:

  • Alta proteção superficial;
  • Acabamento e aspecto visual durável;
  • Grande resistência a impactos;
  • Cobertura uniforme das peças;
  • Alcance da tinta em cavidades de difícil acesso;
  • Ótima aderência;
  • Resistência a altas temperaturas;
  • Resistência à corrosão;
  • Resistência a raios UV;
  • Excelente flexibilidade.

Os segmentos que mais utilizam as tintas em pó são:

  • ESTRUTURAS METÁLICAS – Biombos, grades para forros, estruturas metálicas, prateleiras, perfis de alumínio, elementos decorativos e de fixação para lojas, fábricas e escritórios. As características básicas são: resistência ao amarelamento, ao calor e resistência mecânica. As classes de pó mais usadas são a híbrida e a poliéster.

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  • ELETRODOMÉSTICOS – Refrigeradores, freezers, lava-roupas, secadoras, lava-louças, aquecedores de água, fornos microondas, ar condicionado, etc. Os principais requisitos são: resistência à névoa salina, a detergentes, a água quente, a abrasão, boa dureza superficial e resistência aos riscos. As classes de pó mais usadas são: epóxi (equipamentos em constante contato com os alimentos) e híbridos (eletrodomésticos em geral).

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  • ACESSÓRIOS AUTOMOTIVOS – Componentes de chassis, do motor e da carroceria, como rodas, molas, molduras de janelas, filtros de ar e de óleo, canos de escapamento, blocos de motor e radiadores. Os principais requisitos são: boas propriedades mecânicas e físicas como, resistência aos riscos, ao impacto, boa elasticidade, dureza, boa proteção anticorrosiva, resistência a produtos químicos e combustíveis e durabilidade ao exterior (para componentes de carroceria). As classes de pó indicadas são: a híbrida (peças não expostas às intempéries) e poliéster (peças expostas às intempéries).

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  • MÁQUINAS E FERRAMENTAS – Equipamentos para jardinagem, máquinas agrícolas, ferramentas manuais e empilhadeiras. Os requisitos exigidos são: boa resistência mecânica e química e boa resistência às intempéries. Classe de pó usada: poliéster e híbrida.

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  • MÓVEIS METÁLICOS – Móveis para interiores de escolas, residências, escritórios; móveis para exteriores em jardins, parques e áreas de recreio. A especificação exigida é um bom grau de resistência mecânica, resistência ao amarelamento e a umidade. A classe de pó mais indicada é a híbrida (para móveis interiores) e poliéster (para móveis exteriores).

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  • EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
    Luminárias, motores, reatores, painéis elétricos. Para exteriores indica-se o poliéster e para interiores a tinta híbrida.

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