Pintura Líquida

                                              

História da tinta

Os homens da pré história utilizavam corantes naturais como terra, carvão vegetal e óxido de ferro misturados com gordura de animais, produzindo ocres, pretos e vermelhos.

                                                                                                                           

Os Egípcios, usando instrumentos metálicos para moer minerais obtiveram o laranja, roxo, azul, verde e amarelo e os chineses contribuíram com nanquim, originalmente extraído do polvo e hoje obtido através da cânfora, gelatina em pó, e a substancia pó-de-sapato (proveniente de fuligem de combustão).

                                                                                             

Durante a Idade Média os ingleses começaram a se preocupar com a função da tinta para proteger paredes das Igrejas e prédios públicos. Os pigmentos eram produzidos pelos próprios artistas, que utilizavam diversos materiais moídos bem finos e misturando com óleos ou água, destacando-se entre estes novas cores como o azul brilhante (pó de pedra preciosa lápis azul), amarelo brilhante (açafrão), e os clássicos como marrom (múmias egípcias trituradas), preto (madeira queimada e fuligem) e verde (cobre).

No fim do século XVIII e início do XIX registram-se os primeiros equipamentos de moagem e mistura de tinta e durante o século XX, com o crescimento das indústrias petrolíferas, os pigmentos foram sendo substituídos por produtos sintéticos, aumentando sua qualidade. Nos dia atuais há uma maior preocupação com a segurança e o meio ambiente, desta forma, estão desenvolvendo tintas hidrossolúveis, emulsionadas em água, sejam alquídicas, acrílicas e epoxídicas, tanto para fundo quanto para acabamento, não apresentando cheiro, não contaminando o meio ambiente e não oferecendo riscos na pintura em ambientes confinados e com pouca ventilação, pois, por não utilizarem solventes orgânicos não formam misturas explosivas ou danosas ao homem.

Composição das Tintas

As tintas são composições químicas, liquidas ou pastosas capazes de formar película durante a aplicação e após a secagem/cura, tendo como principais constituintes os pigmentos, a resina (que é o mais importante, pois é o formador de película), os solventes e os aditivos, e são divididos em:

  • Tinta a óleo – de secagem lenta e baixa resistência as intempéries, causando amarelamento;
  • Tintas Alquídicas (Esmaltes) – melhor propriedade físico-química de secagem mais rápida e maior resistência a intempéries;
  • Tinta Resina Fenólica Modificada com óleo – apresenta maior resistência química, térmica e à água e são muito utilizadas na fabricação de vernizes e tintas pigmentadas com alumínio;
  • Tinta Betuminosa – fabricadas a partir de piches e asfalto, apresenta boa resistência à umidade e recomendada para ambientes úmidos e de imersão;
  • Tinta Acrílica – excelente resistência aos raios ultravioleta, consequentemente não amarelando pela exposição às intempéries;
  • Tinta Borracha Clorada – resistentes a ácidos e álcalis e pouco tóxicas, recomendadas para atmosferas medianamente agressivas;
  • Tinta Vinílica – mais utilizada em impressões serigráficas, em materiais flexíveis, semi rígidos e rígidos, muito utilizado na construção civil e decoração;
  • Tinta Estirenoacrilato – razoável retenção de cor e brilho, pouco resistente a raios ultravioletas, recomendados para acabamentos em equipamentos e instalações e atmosferas medianamente agressivas.
  • Tinta Epóxi – fornecidas em 2 componentes, são de alta performance e de grande uso no Brasil, aplicada entre outros na indústria química, elétrica e tecnológica, aeronáutica, construção civil;
  • Tinta Poliuretano – alta performance, alta resistência a agentes químicos e à abrasão, também com retenção de cor e brilho, excelente resistência aos raios ultravioleta;
  • Tinta Silicone – indicada para superfícies que trabalham com temperaturas superiores a 120º e requer para um perfeito desempenho uma excelente limpeza da superfície através de jateamento por abrasivo e as mais usadas são as de pigmento de zinco para fundo e alumínio para acabamento;
  • Tinta Rica em Zinco – o Etil-silicato de Zinco, produto bi componente usado como tinta de fundo, de alta performance para atmosferas altamente agressivas e para imersão em produtos químicos e de petróleo;

A aplicação de tintas e revestimentos depende de uma boa preparação de superfície que pode ser feita de várias formas, como o lixamento, escovamento, ferramentas mecânicas como agulheiro, tratamento químico e por jateamento abrasivo (granalha de aço e outros abrasivos), onde numa avaliação de custo/benefício a rentabilidade para grandes trabalhos é a melhor técnica. (Veja mais em jateamento)

A seleção adequada do método de aplicação e a observância de alguns requisitos durante o período de aplicação, bem como a escolha do melhor equipamento, tem grande influencia no resultado final de aplicação.

Métodos de Aplicação

  • Trincha – método mais antigo na pintura industrial, utilizada em recorte ou pintura de reforço (Stripecoat), em cordões de solda, quinas, regiões com pites severos, acessórios e locais de difícil acesso, apresentando baixa produtividade.

                                                                                                                                 

  • Rolo – proporciona maior rendimento, porém não são resistentes a solventes orgânicos, muito utilizados em grandes áreas ou com grande raio de curvatura ou na presença de ventos. Geralmente são de espuma, pelo de carneiro e para tintas epóxi pelos aparados.

                                                                                                  

  • Pistola pintura convencional (ar comprimido) – método rápido e fácil, porém necessitando de mão de obra especializada, onde a pintura poderá ser feita por sucção (caneca inferior), gravidade (caneca superior) e pressão (tanque de pintura). Nesta aplicação há a necessidade de maior diluição da tinta para adequação da viscosidade, havendo uma diminuição da espessura de película úmida  para seca e apresentando maior dificuldade para aplicação de camadas acima de 100 micrometros por demão. Também há de se levar em consideração  a névoa de solvente criada em ambientes fechados (OverSpray).

                                        Tanque pintura 30L                    

  • Bombas Air Less (Pistola sem ar) – indicada para grandes áreas, como cascos de navio e tanques de armazenamento de petróleo, tendo alto rendimento produtivo e ideal para pintura com tintas de elevada viscosidade, alta espessura e sem a necessidade de diluentes, não havendo, desta forma o orverspray. Este equipamento pode mandar a tinta com até 10.000 PSI de pressão e podem ser monocomponentes, que captam a tinta já misturada e a bicomponente, que capta cada componente em latas separadas e a mistura é feita no bloco misturador próximo à peça a ser pintada e é mais utilizada em tintas de Pot Life baixo, com risco de endurecimento do produto dentro do sistema.

                  i                       download                                                      images (6)